segunda-feira

Entrevista em Destaque com Sandra Reis do Caldeirão da Bruxa Solar


A entrevsita em Destaque de hoje é com a Sandra Reis, autora do blog Caldeirão da Bruxa Solar.

É incrivel que, mesmo fazendo perguntas iguais para vários blogueiros de culinária, o conteúdo das entrevistas continuam sendo muito interessantes e originais! É como nossos blogs, o assunto é o mesmo mas cada blog um transmite a alma de seu autor.

Curta a entrevista com a bruxinha Sandra e aproveite para degustar também as delícia do Caldeirão.




Conte-nos um pouquinho como foi o início do Caldeirão da Bruxa Solar, quando você iniciou, porque e qual foi sua motivação para começar.

O Caldeirão surgiu em julho de 2010 com a proposta de compartilhar receitas que faziam parte da minha (duvidosa) fama de quituteira adquirida entre os amigos (avaliação tendenciosa) e receitas de família que evocassem estórias e memórias afetivas. Além disso, demonstrar que o interesse pela culinária se aprende e se conquista a partir de experiências prazerosas e que todo mundo um dia pode aprender e gostar de cozinhar.

Quando surgiu seu interesse pelas panelas e como aprendeu a cozinhar?

Complementando a resposta anterior e sendo eu mesma um exemplo do que citei, meu interesse pelas panelas foi tardio, começou aos 19 anos, quando mudei- me de cidade para fazer faculdade e nem sabia como fritar um ovo. Entre acertos e (muitos) erros, aprendi a cozinhar “na marra”, fazendo das minhas amigas com quem morava as minhas *cobaias, e a partir daí fui percebendo e descobrindo uma aptidão, um prazer e uma nova forma de expressão.

*só para constar: as cobaias continuam minhas amigas queridas, todas sobreviveram à terrível experiência (não deve ter sido tão má assim).

Qual sua profissão/formação profissional? De alguma maneira essa profissão/formação influencia no blog?

Sou arquiteta e designer e com certeza trago muito da minha experiência profissional para o Caldeirão, seja no exercício da criação de algumas receitas, composição de cores e formas dos pratos, enquadramento das fotos, diagramação do texto e apresentação visual do blog. Quando percebo me vejo no preciosismo de passar as dimensões das fôrmas utilizadas na execução das receitas e por vezes me censuro e corrijo quando achava que deveria descrever que o corte de tal vegetal deve ser “longitudinal” e não “transversal”.

Seu blog é vegetariano mas você não o divulga como tal. Por que não? 

Porque respeito a opção alimentar de cada um e não gosto de categorizar as pessoas conforme suas escolhas. Sou vegetariana, mas não faço o blog só para pessoas vegetarianas, mas sim para todos que querem ter opções e perceber como o “Reino Vegetal”, como costumo dizer, é rico e permite muitas variedades e bastante criatividade. Comida vegetariana pode ser gostosa, bonita e atraente. O que defendo mesmo é a alimentação saudável.

Você encontra alguma limitação em conquistar leitores por não postar receitas com carne?

Difícil responder à essa pergunta. O que imagino é que há a possibilidade de encontrar ótimas receitas com carne em muitos e excelentes blogs, alguns dos quais recomendo e que fazem parte do meu blogroll como meus favoritos. Então poderia dizer ser essa uma maneira indireta do Caldeirão de apresentar essa opção, de suprir esse possível interesse do meu leitor. Por outro lado há muitas pessoas entre meus leitores que têm vontade de variar ou aderir à dieta vegetariana e passam a ser assíduos, o que para um blogueiro é motivo de comemoração, ter conquistado o “leitor fiel”.

Quais as dificuldades com o blog que você teve ao começar e quais ainda têm?

Diria que é o tempo que gostaria de poder me dedicar mais a ele e o qual não possuo na minha vida cotidiana, se tivesse que resumir essa pergunta. Sempre imagino melhorar o lay-out, criar mais atrativos, mais assuntos ou novos tópicos, mas infelizmente esbarro no entrave da falta de tempo.

Seu blog é um passatempo ou você pretende ganhar dinheiro com ele ou através dele?

Nunca considerei meu blog um hobby ou passatempo. Toda atividade a qual dedicamos tempo, assiduidade, seriedade e compromisso não pode ser assim considerada. Claro que pretendo ganhar dinheiro com meu blog, se possível.

Blogueiro é um profissional como qualquer outro e como tal, precisa ser remunerado efetivamente e a contento. Nosso leitor também nos enxerga como profissionais, caso contrário não haveria confiança quando reproduz nossas receitas ou compra produtos que indicamos, nem quando nos enviam mensagens fazendo perguntas, expondo suas dúvidas, solicitando informações e até mesmo indicações. 

Agora ponderando com a cabeça da arquiteta, para essa estrutura funcionar e ficar perfeita (já que a melhor forma de equilíbrio são os três apoios) só falta obtermos o reconhecimento do anunciante através das Empresas ou das Agências de Publicidade, estabelecendo e consolidando por meio dos blogs uma maneira de divulgação do seu produto ou marca num sistema direto e ágil de interação baseado na opinião autoral de credibilidade.

Quanto tempo por dia ou por semana você se dedica ao blog?

Existe o tempo direto - o objetivo ou o prático - e esse poderia estipular em torno de 20 horas semanais, com maior dedicação aos sábados e domingos, onde edito as fotos dos pratos executados durante a semana, pesquiso novas receitas, providencio ingredientes e já programo algumas postagens. Durante a semana ficam alguns ajustes e divulgação nas redes sociais, respostas ao leitor e outros. 

Há também o tempo subjetivo, ou indireto, quando sua cabeça também trabalha para o blog, seja assistindo aos programas de culinária, folheando revistas e livros, pesquisando produções para fotos, imaginando receitas para utilizar aquele ingrediente novo que encontrou no mercado, enfim, esse tempo não dá para quantificar.

Conte-nos um pouquinho de como é sua relação com os leitores de seu blog e com outros blogueiros. Você responde aos comentários, visita blogs amigos? Na sua opinião qual a importância desse relacionamento para um blog de culinária?

Quando criamos um blog, não temos a ideia do que irá acontecer, se teremos leitores, se alguém se interessará pelo que escrevemos, é quase que um mergulho no vazio. Aos poucos vamos recebendo algum tipo de feed back e vamos nos relacionando com outros colegas e leitores. Na condição de blogueira tenho recebido muito carinho pelas pessoas, algumas até amigas de longa data, que passaram a comentar, quando me encontram, que são fãs do Caldeirão. Recebo muito comentário, principalmente via Redes Sociais de pessoas que reproduziram minhas receitas. Isso não tem preço, é um ganho que jamais imaginei que teria, é como um alimento para a alma.

Por outro lado, agora na condição de leitora também, passei a frequentar vários blogs de pessoas pelas quais tenho carinho, respeito e admiração. Porque só quem é blogueiro sabe da luta diária para atualizar seu blog, e isso cria uma espécie de reconhecimento e solidariedade entre os colegas. Conheci várias pessoas especiais e muitas se tornaram minhas amigas de verdade, por quem tenho profundo carinho. Nos visitamos como quem vai à casa uns dos outros. 

Onde você busca inspiração para escrever suas receitas e matérias?

Gosto muito de contar um pouco sobre a concepção do prato no texto introdutório, antes de apresentar a receita. Acho que é nesse momento que as pessoas conhecem um pouco mais do blogueiro e percebem que ali tem um ser humano com sentimentos e percepções e não somente um divulgador de sugestões. 

Quantos às minhas receitas, normalmente faço uma mescla de várias influências: tenho algumas vindas de família de doces, pães e bolos, por exemplo, outras acontecem no preparo do dia a dia, pois faço comida do cotidiano, buscando facilidade, rapidez e ingredientes baratos, e essas são influenciadas, no total ou parcialmente, por programas de TV, livros, revistas, pesquisa na internet, dica ou receita de amigo ou leitor. Costumo vez ou outra reproduzir algumas dos blogs amigos, também como uma forma de agradecer e reconhecer o trabalho daquele colega.

O blog alterou de alguma forma sua maneira de lidar com a comida?

Sim, com certeza! Acho que essa percepção não é só minha: quando iniciamos um blog, pensamos que seremos pessoas a ensinar. Passado um tempo, percebemos o quanto temos a aprender. O blog me trouxe uma extrema curiosidade de adquirir mais e mais conhecimento e uma grande humildade de reconhecer que o que eu tenho de melhor é ser eu própria um testemunho de que cozinhar é trabalhar a generosidade, é doar-se, é compartilhar. 

Prefiro cozinhar a comer, meu prazer maior é alimentar, no termo mais amplo da palavra, do mais sutil ao mais direto. O que o Caldeirão me proporcionou foi a oportunidade de oferecer, de abrir minhas portas, de estender minha mesa a mais e mais pessoas. Em resumo, é isso.

 


Muito obrigada Sandra pela entrevista e muito sucesso para você e o Caldeirão!

6 comentários:

  1. Olá Andréa
    Realmente você tem razão, perguntas iguais e respostas distintas. Isso é muito rico, é o que faz as pessoas encontrarem aqui nessa sua proposta uma fonte bem bacana de depoimentos e experiências.
    Mais uma vez te agradeço muito pela força e carinho.
    Beijão

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  2. Essa é a Sandra que aprendi a admirar e compartilho de muitas opiniões, afinidades descobertas ao longo de nosso recente convívio.
    Beijos para as duas!

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  3. Eu sei que não tem nada a ver com a entrevista mas eu comecei um blog agora (NÃO SE PREOCUPE NÃO É UM PEDIDO DE PARCERIA)eu gostaria de saber quantos posts por semana você fazia bem no comecinho do seu blog?

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    Respostas
    1. hehehehe! Quando comecei o Aromas e Sabores fazia de 12 a 15 por mês, aumentei para 20 a agora são de segunda a sexta e alguns sábados também. Já para esse blog quando faço 2 por mês eu comemoro! Não tenho tido tempo...
      abçs e sucesso com seu blog

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  4. Adorei a entrevista! Como a Gina bem falou, compartilhamos das mesmas ideias.
    Valeu Andréa!
    Bjus
    Alê

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