A entrevista de hoje é com a Queila que escreve o blog Gourmet e Gourmand e tem um Atelier de doces em Salvador, o Doce Melange, de onde saem quitutes incríveis. Queila é blogueira por hobby e cozinheira por paixão. Apaixone-se você também!
1. Conte-nos um pouquinho como foi o início do Gourmet e
Gourmand. Quando você iniciou, porque e qual foi sua motivação para começar o
blog.
Um certo dia em fevereiro de 2011, eu estava em casa com meu
filho Cadu, que tinha 1 ano de idade e senti a necessidade de começar algo para
mim. Depois da gravidez e breve início da participação em uma empresa de
cocadas (antes do Doce Melange), eu sentia uma vontade grande de fazer algo
ligado a cozinha que não fosse tomar muito meu tempo, mas que me deixasse
conectada a essa área da casa que tanto amo.
Em abril do mesmo ano eu desfiz a parceria com a empresa das
cocadas. Depois disso fiquei sem idéia do que fazer profissionalmente (a idéia
era ter meu próprio negócio) e resolvi me dar um pouco de tempo para pensar como
seguir. Posso dizer que o blog preencheu meus dias pensativos e cheios de ansiedade.
Sempre que repenso nos acontecimentos desse ano, chego à
conclusão que o blog surgiu no momento certo e com o propósito certo, estar
conectada à comida e cozinha em geral.
Assim que comecei com o blog pensei, eu também posso ter um,
haha! Antes ficava olhando os blogs de culinária brasileiros e achava o máximo,
mas nunca pensei que podia ter um.
Agora tenho!
2. Quando surgiu seu interesse pelas panelas? E quando surgiu o
interesse por fazer doces?
Desde criança gostava de ficar na cozinha acompanhando o
preparo das refeições. Achava lindo e mágico o ato de cozinhar. Muitas vezes
ficava de boca aberta, nem piscava. Crianças!!!
As sobremesas sempre foram minhas preferidas. Sempre gostei
de sobremesa e acredito que devido a isso, tenho esse interesse pela
confeitaria. Fazer doces é uma bela conseqüência :)
3. Qual a sua profissão/formação profissional? De alguma
maneira essa profissão/formação influencia no blog?
Minha formação é de cozinheira. Fiz o curso de cozinheiro,
cozinha internacional, em 2003 no Senac da Casa do Comércio aqui em Salvador.
Depois desse curso tudo que aprendi foi autodidaticamente. Fiz cursos rápidos
de algumas especialidades por curiosidade, mas quase sempre me sentia melhor
aprendendo sozinha. Na área de confeitaria quase tudo foi aprendido nos livros
e na prática.
Com certeza minha formação influencia no blog, Afinal lá é
minha cozinha virtual aberta a todos e é onde gosto de compartilhar todas as
receitas legais que preparo. Lá procuro passar todo meu amor pela cozinha ou
confeitaria.
4. A vontade de abrir seu Atelier de doces veio antes ou depois
de começar o blog? Há alguma relação entre os dois?
Veio depois! Eu diria que eles não tem muita relação entre
si. O blog, apesar de importante para mim, é somente um hobby. Sim, eu uso ele
um pouco para divulgar meu Atelier e é só isso.
No blog quero manter uma postura descontraída e aberta,
menos formal!
5. Você posta receitas de produtos que você vende ou essas são
secretas?
Não posto não! Elas são mesmo secretas, acredito que isso, no
momento, é algo vital para o negócio. Mas não posso afirmar que não uso
técnicas (no trabalho) que mostro lá no blog. É impossível separar isso.
Impossível e eu também não quero. Mostrar técnicas legais, métodos de preparo,
novas experiências e meu jeito de cozinhar são uma das coisas que mais gosto de
compartilhar no Gourmet e Gourmand.
(me estendendo um pouco...) Acredito que isso tenha um pouco
o caráter de “educar” as pessoas a serem criteriosas com o preparo da comida ou
doces. Gosto de incentivar as pessoas a tomarem tempo para prepararem coisas
legais e gostosas, mas também gosto de preparações rápidas para o dia a dia.
Embora não mostre muito.
Além disso, para mim é bem importante que esteja tudo bem apresentado,
explicado, com fotos e tudo mais.
Isso é bem o reflexo de minha aprendizagem autodidata. Gosto muito mais dos livros bem explicados e com bastante fotos.
Isso é bem o reflexo de minha aprendizagem autodidata. Gosto muito mais dos livros bem explicados e com bastante fotos.
6. Você acha que o blog ajuda a divulgar o Doce Melange e
impulsionar as vendas? E as redes sociais, são um bom meio de divulgação para
seu trabalho?
Pelo fato de eu encarar o blog como um hobby e não investir
muito em publicidade dele, acredito que ele não me traga clientes. As redes
sociais fazem melhor esse papel.
Muitas vezes já aconteceu do efeito ser o contrário. As
pessoas conhecerem o Doce Melange e depois “acham” meu blog e ficam
deslumbradas com minhas experiências na cozinha.
Chegam até a enviar e-mails carinhosos elogiando tudo o que
viram.
Eu me sinto muito bem com isso e adoro claro!
7. Você morou fora do Brasil por um tempo. Conta para a
gente como foi sua adaptação à comida de outro país e de que forma essa
experiência modificou sua relação com a alimentação.
Minha adaptação não foi difícil, olhando para trás digo
mesmo é que foi perigosa para a saúde, pois tive acesso a infinitas delícias
que mal pude me conter. Engordei 14 quilos em 1 ano e virei literalmente uma
bolinha.
Nos primeiros 4 meses, morei em uma região de interior e em muitos lugares que passei tinha plantação de alguma coisa. Na aldeia onde morei tinha plantação de trigo, girassol, canola, batatas, vagem, uma fazenda de maçãs e peras bio, tinha uma fazenda que vendia leite de vaca e pão artesanal, e muito mais. O contato com a produção dos alimentos tão perto de mim, comer frutas do pé e colher os alimentos no jardim foi algo muito especial e novo.
Nos primeiros 4 meses, morei em uma região de interior e em muitos lugares que passei tinha plantação de alguma coisa. Na aldeia onde morei tinha plantação de trigo, girassol, canola, batatas, vagem, uma fazenda de maçãs e peras bio, tinha uma fazenda que vendia leite de vaca e pão artesanal, e muito mais. O contato com a produção dos alimentos tão perto de mim, comer frutas do pé e colher os alimentos no jardim foi algo muito especial e novo.
O fácil acesso a informação mais profissional era incrível e
eu quase pirei com tudo isso. Só queria experimentar e fazer e não parei.
Eu estava muito empenhada em aprender e daí comecei a montar
minha pequena biblioteca. Comprei muitos livros bons que me ajudaram nesse meu
caminho de auto aprendizagem. Economizava bastante para poder comprá-los. Não
eram baratos, mas precisei e ainda preciso muito deles.
Depois de um tempo lendo, aprendendo e treinando, cheguei a
fazer Sushis em festas pequenas, cozinhei junto com pessoas de outras
nacionalidades, conheci um pouco e gostei muito da comida vegetariana,
participei de algumas feiras anuais do ramo de gastronomia e confeitaria, freqüentei
restaurantes diversos e dois deles hoje já são estrelados (o contato com esse
tipo de gastronomia também foi incrível), experimentei sorvetes e conheci sorveterias
e confeitarias excelentes.
Todas essas experiências mudaram minha relação com a alimentação.
Comer e cozinhar se tornou algo concreto, essencial, cheio de significados e
importâncias.
Para se ter uma idéia, antes de sair do Brasil, não comia
quase todas as verduras e legumes, só batatas e demais raízes. Hoje como de
tudo e ainda sei o porquê
que não gostava. Isso para mim é fabuloso!
8. Quais as dificuldades com o blog que você teve ao começar e
quais ainda têm?
No começo foram as de informação. Como é que isso tudo aqui
funciona meu Deus! Pensava eu!
Não sabia como escrever um post direito e por uma foto nele.
Nem como fazer uma página e melhorar o layout do blog.
Foram inúmeras horas de leitura de tutoriais para aprender
tudo. Hoje me sinto numa posição confortável, mas ainda não sei tudo!
Atualmente minha dificuldade mesmo é atualizar o blog, hehe
O Doce Melange e os outros afazeres de mulher/mãe/filha toma
muito meu tempo, mas o blog continuará, mesmo que não tenham mais tantos posts
por mês. Se tornou algo muito presente em minha vida e hoje não consigo passar
um dia sem pensar nele.
9. Você costuma dizer que seu blog é um passatempo. Qual sua
motivação para escrever?
Com certeza posso afirmar que minha motivação vem de vários
lados e a maior delas é o amor pela cozinha. Depois que descobri que posso
compartilhar/mostrar esse amor para mais pessoas, fiquei muito mais motivada em
continuar com o blog.
Sou cozinheira de coração e paixão. Parece bem clichê isso,
mas é a pura verdade. Quando eu estou na cozinha, estou me encontrando comigo,
estou em meu elemento.
10. Onde você busca inspiração para escrever suas receitas e
matérias?
A inspiração vem do dia a dia, vem do olhar lançado para as
frutas dos feirantes que passo todos os dias a caminho do trabalho, vem das
lembranças de minhas experiências na cozinha, vem do passeio pelo corredor do
supermercado ou mercadinho, vem da vontade louca de comer ou elaborar algo
especial, vem da saudade de um livro ou das pessoas que já conheci, vem do
desejo de fazer algo gostoso para o meu filho... vixe, são muitas!
11. Como é sua relação com os leitores do blog? Você acha que o
feedback de um leitor sobre uma receita pode ajudar você a melhorar ainda mais
os seus doces?
A relação é muito boa! Adoro receber comentários e é uma prioridade
respondê-los. Adoro a interação com os visitantes e essa interação é vital para
um blogueiro.
Muitas vezes o feedback de um leitor me faz repensar na receita e mudar algo, portanto acho sim que os feedbacks são valiosos e ajudam a melhorar, seja a receita ou a maneira de escrevê-la e passá-la.
Muitas vezes o feedback de um leitor me faz repensar na receita e mudar algo, portanto acho sim que os feedbacks são valiosos e ajudam a melhorar, seja a receita ou a maneira de escrevê-la e passá-la.
12. O blog alterou de alguma forma sua maneira de lidar com a
comida? E o Atelier de doces, você come mais ou menos comidas açucaradas por
causa dele?
Não, isso aconteceu durante minha formação num todo. O que existiu
foi a busca de um alinhamento entre escrever num blog e ao mesmo tempo mostrar
a importância do alimento para mim. No momento a maré está para formigas lá,
pois posto muita coisa doce, mas vez em quando postarei algo salgado como já
fiz bastante.
Por incrível que pareça como menos doces! É muito difícil
continuar com o mesmo apetite para doces depois que se faz doces com frequência
:)
Mesmo assim não dispenso uma sobremesa de vez em todo dia,
hehe. O desejo por ingerir açúcar é louco e depois de uma lição com meu peso e
corpo procuro saciar, quase sempre, esse desejo com o dulçor das frutas maravilhosas
que temos :)
Muito obrigada Queila pela entrevista e muito sucesso para o blog e para seu Atelier!
A Queila é uma fofa, que tive o prazer de conhecer no Encontro Gourmet.
ResponderExcluirÉ muito gostoso conhecer um pouco mais sobre as amigas. No seu relato, gostei muito da experiência fora do país. Temos afinidades com os doces e a forma de interagir com os leitores.
Parabéns, Andréa, por essa iniciativa!
Queila, sucesso no seu empreendimento e continue tento muita satisfação na sua cozinha!!
A Queila é uma pessoa muito querida e mega talentosa! Adorei saber um pouco mais da sua história! Essa menina vai longe :)
ResponderExcluirBjos
Tania
Minha linda e doce Queila, adorei saber mais de você!
ResponderExcluirAndréa eu acho o máximo essa oportunidade da gente conhecer um pouco mais as nossas queridas. A distancia não nos permite estarmos juntas num bate papo gostoso e esse espaço vem preencher essa lacuna.
Bjs para as duas!
Adorei ser entrevistada e ter contado um pouco de minhas experiências! Delícia de iniciativa da Andréa!
ResponderExcluirUm forte abraço :)
Queila
Adorei a entrevista com a Queila! Ela é uma pessoa muito querida e talentosa demais. Fiquei boba de saber que ela faz aquelas esculturas em forma de doce sem ter feito cursos mirabolantes na área! Garra e vontade de aprender essa baianinha tem de sobra :)
ResponderExcluirMais uma entrevista ótima, Andréa!
Beijos!
Adorei a entrevista, Queila! :) Você é muito talentosa, uma pessoa tão interessante! Já tem experência grande (e profissional!) como cozinheira e é sempre um prazer ver e conhecer suas novas receitas! Muito obrigada pelo seu blog!
ResponderExcluirUm beijo* ;)
Tem coisas que só provando para saber o quanto é bom. Quando morava na Bahia era fã dos quitutes de Queila.
ResponderExcluirE na minha opinião, não há curso ou livro de receitas que criem uma pessoa como ela, o caso de Queila é dom divino.